9 de abril de 2011

Maternidade real

No dia 08/04 rolou uma blogagem coletiva sobre o tema maternidade real. Fiquei sabendo só agora, mas não quero deixar de escrever sobre isto.

Quando a gente engravida, cria um monte de expectativas sobre a maternidade. Só que quando você chega em casa, com um bebê de 4 dias, começa a real maternidade e você se dá conta de inúmeras coisas que ninguém te falou.

Por exemplo, o que mais pegou pra mim foi a angústia pós parto, que eu só fui compreender uma semana depois. Achava que só existia a depressão pós parto. Já na segunda noite no hospital eu comecei a me sentir triste, angustiada, pensando na vida da Laura. Eu olhava para ela, tão terna e perfeita e pensava: alguém vai fazer mal para ela um dia e como eu vou aguentar isto? Olha que coisa maluca... Teve uma hora que eu virei pro Cas e disse: ela não vai estudar fora e ponto final! E comecei a chorar e rir ao mesmo tempo.

A primeira noite em casa foi péssima, bastou anoitecer pra eu olhar pela janela e chorar, chorar, chorar. Sentia um medo enorme. Eu pensava: coloquei ela no mundo, e nao vou poder protege-la de todos os perigos. Era uma angústia projetada para o futuro.

As visitas chegavam em casa, me olhavam com felicidade e eu não conseguia corresponder a este sentimento, pois por dentro eu estava despedaçada. E é claro que aí começaram as culpas.

Depois começou o capitulo amamentação. Ninguém fala que é difícil pra caramba amamentar. Que é exaustivo, que te esgota. E, no meu caso, minha produção de leite demorou pra vir e minha filha não engordou o necessário nos primeiros 15 dias de vida. Tive que complementar a amamentação com leite NAM, algo que durante a gravidez era impensável para mim. E mais uma vez vem a culpa...

Nos primeiros 3 meses a mãe não tem tempo pra nada. Isto é fato. O bebê te consome em tempo integral, não tem jeito. Você se olha no espelho, vê duas olheiras gigantes, o cabelo fraco, a barriga murcha, e se pergunta onde está aquela mulher bonita e cheia de luz da gravidez? A minha gestação foi um período mágico: eu não tive nenhum mal estar, emagreci nos primeiros 3 meses, engordei no total 10kg, só minha barriga cresceu, e realmente fiquei muito bonita. E então você vai até a farmácia, esbarra em uma mãe toda arrumada, maquiada, produzida, com o bebê a tiracolo e não entende como você está aquele trapo!

O que quero dizer com tudo isto é que muitas coisas que a gente idealiza na gravidez nem sempre consegue colocar em prática. Até curso de parto normal eu fiz, e no fim, minha filha não encaixou, não entrei em trabalho de parto e fui submetida a uma cesarea.

Mas o que importa é entender que cada mãe é única e faz a sua própria maternidade, e não aquela do comercial de margarina. Mesmo que em alguns dias a gente queira fugir de casa e largar tudo lá, inclusive o bebê. Isso é normal, e absolutamente humano.

Um comentário:

Si, mãe da Bela e do Lipe disse...

Incrivel como me senti exatamente assim quando a Isabela nasceu .... e o bom de tudo isso é saber que não sou anormal ....

beijosss de uma mãe que hoje esta se sentindo um trapo