6 de janeiro de 2010

Teste positivo

Acho que todas as mulheres que começam a falar da gravidez, falam do dia em que descobriram que estavam grávidas. Bom, eu tive uma intuição na manhã seguinte à concepção. Acordei, fui ao banheiro, me olhei no espelho e disse pra mim mesma: estou grávida.

Não sei como se explica isso, acho que a gente sente mesmo. Não um sentido físico, mas emocional. Uma pq. eu estava desejando engravidar, outra pq. eu sabia que não tinha me prevenido como deveria. E acho que também que quando a gente deseja muito uma coisa, principalmente engravidar, a natureza mostra toda a sua força e nosso desejo se realiza. Não é à toa que dizem pra tomarmos cuidado com nossos desejos...

Minha intuição era tão forte, que parei de beber alcool naquele dia mesmo. Foi  num feriado de 20 de novembro. Curioso é que depois, o trabalho foi tomando conta da vida e eu me esqueci da intuição. Fui levando a vida normalmente, sem beber, até que a minha menstruação atrasou. Um, dois, cinco, seis dias. Opa. Isso não acontece comigo. Caramba, estou mesmo grávida. Aí o pânico tomou conta. Geral. Esperei até o atraso bater 10 dias pra fazer o teste de farmácia. E acreditem, de primeira não funcionou. Fiz tanto xixi naquele negócio que não deu leitura. Mais um dia de angústia. E então a comprovação: o risco azul saiu tão nítido no visor, que não restava a menor dúvida. Eu estava totalmente grávida, e não ligeiramente. Em seguida, o exame de sangue. O pânico crescendo. Por mais que no seu íntimo você queira engravidar, o medo que dá quando se descobre não se explica. Quem passou por isso sabe do que estou falando. É um medo de tudo: do futuro, dos nove meses que vem pela frente, do parto, da responsabilidade de ter que cuidar por uma vida, para sempre. Sim, para sempre. E eu, que sempre tive receio das coisas definitivas, passei a dormir mal. Crises de choro foram inevitáveis. Parecia que minha vida tinha saído do controle. E todos meus amigos felizes com a notícia, e só eu aparentemente infeliz? Aos poucos, fui aceitando a notícia. A parte prática facilitou: consulta médica, exames de sangue e ultrassom. Lá estava o feto, com o coração batendo. Quando se ouve as batidas, não há mais dúvidas e você cai na real. É isso mesmo, estou grávida. E a emoção desse momento é mágica. Fiquei deslumbrada ao ouvir o coração do feto. Um coração que bate dentro de mim, mas não é o meu. Fou um momento deslumbrante. E uma certeza de que era aquilo mesmo que eu queria, apesar do medo, da ansiedade e das angústias.