26 de agosto de 2010

O relato do parto da Laura

17 de agosto de 2010. O dia mais feliz e marcante da minha vida. Às 10h09 nasceu minha filha, e a emoção tem tomado conta dos meus dias desde então. Como a Laura não encaixava e meu colo estava fechado, marquei a cesariana, meio frustrada, para o dia 19 de agosto. Eu não queria acordar, sair de mala na mão, para uma cesarea agendada. Eu queria sentir, pelo menos alguma coisa que fosse, da evolução natural da gestação. Agendar a cesarea significava para mim interromper o processo natural da gravidez. Minha última consulta foi no dia 16/08 e eu sai de lá para encontrar meu médico de novo no dia 19, no hospital. Fui dormir meio chateada, e deitada na cama, conversei com a Laura e disse que ela poderia nascer quando quisesse, pois eu estava pronta para recebê-la. Pedi muito para ela e rezei para que tudo corresse bem. Meia hora depois, minha bolsa rompeu. Era o sinal de que minha filhota viria ao mundo. Fiquei uns 10 min tremendo de nervoso. A emoção daquele e dos próximos dias começava ali. Fomos para o hospital. Eu estava feliz, pois na minha cabeça o processo natural tinha sido respeitado.Fui monitorada e tudo estava bem com a pequena. Pensei que poderia ter um parto natural e fiquei tranquila esperando as contrações. Mas elas eram fraquinhas, e meu colo continuava fechado. Soube pela enfermeira que meu médico já tinha agendado a cesarea para às 6h00 da manhã, devido ao risco de infecção diante da bolsa rota. Eu não conseguia aceitar a cesarea, mesmo àquela altura do campeonato, rs. Bom, acabou que eu pedi para meu médico pelo telefone para esperar mais algumas horas, pra ver seu eu entrava em trabalho de parto. Ele me disse que eu não estava em trabalho de parto e aí fiquei mais brava ainda. Nessa altura meu nervosismo já estava a mil mesmo, e hoje entendo que que grávida prestes a dar à luz se descontrola e pode tudo mesmo! Bom, meio a contragosto ele aceitou fazer a cesarea às 9h00 e enquanto isso eu fui me preparando psicologicamente. Às 7h00 liguei para meus pais. Por causa do trânsito, ninguém conseguiu chegar lá antes das 9h, nem a equipe médica. Fui para o centro cirúgico 9h40. Estava mais calma, sabia que tudo daria certo, mas um pouco apreensiva. Deitei na maca e me sentei para a anestesia. Nessa hora eu voltei a tremer. Graças a Deus a anestesista é ótima, uma pessoa muito calma e compreensiva, e rapidinho ela me aplicou a injeção, conversando todo o tempo comigo. Senti uma dor do lado direito, e minhas pernas começaram a formigar. Eu que tinha tanto medo da anestesia, comecei a experimentar aquela sensação, a sentir cada minuto. Tudo era esquisito e falar me dava calma. O Cas foi maravilhoso na cirurgia, pegou minha mão o tempo todo, fez massagem na minha cabeça e foi dizendo que tudo estava bem e eu estava me saindo ótima! Até piada eu contei, rs!  E foi assim, num clima super leve e descontraido, mas ao mesmo tempo que carregado de emoção, que minha filha veio ao mundo. Lembrar desse momento me traz lágrimas aos olhos. Lembro que a anestesista falou para o Cas levantar para vê-la nascer e ele não ouviu, e eu que estava ligadíssima em tudo, falei: Cas, levanta! Aí depois de alguns minutos eles levantaram o pano e eu vi uma bebê gordinha, grande, minha filha! Ela não chorava, pq. não tinham cortado o cordão ainda, e eu aflita: pq. ela não chora? pq. não chora? E a pediatra: pq. ainda não estava na hora dela chorar!!!! Aí o Cas cortou o cordão e essa foi a cena mais emocionante. Ela abriu os olhos e começou a chorar! Espero que esta cena nunca saia da minha memória. Depois levaram ela para fazer os procedimentos de praxe e o Cas continuou ao meu lado. Pedi então para ele ficar ao lado da Laura, conversar com ela, e assim que ele chegou perto e tocou nela, ela parou de chorar. Nessa hora abriram a janela e do lado de fora estavam minha mãe, minha irmã, meu sobrinho, meu irmão, minha cunhada, a mãe e a madrinha do Cas. Chorei quando vi todo mundo lá. O Cas levou a Laura para eles verem, e depois trouxeram ela para meu colo. Este momento foi mágico e eu choro quando lembro. Tocar a minha filha pela primeira vez foi muito emocionante. Passei a mão no seu rostinho, e ela com os olhos abertos, ficou quietinha. Num primeiro momento, estranhei aquele ser tão pequeno. De onde veio??? É minha filha? Talvez o parto natural não traga esses questionamentos, mas como na cesarea não sentimos elas nascer, nem vemos ela sair da barriga, fica uma sensação engraçada. Mas dura muito pouco tempo. Lá no centro cirúrgico eu pude amamentar, o que fiz questão. A Laura não chegou a sugar o colostro, mas estabelecemos ali o primeiro contato do nosso vínculo, com ela no meu seio. Minha filha recebeu apgar 9 no primeiro minuto e 10 nos 5 minutos seguintes. Nasceu com a saúde perfeita, com 3.675kg, 49 cm, e está cada dia mais linda. Minha gravidez e meu parto foram perfeitos, do jeito que eu pedi, sem complicações, sem contratempos. E hoje estou aqui escrevendo este relato enquanto a pessoa mais importante da minha vida dorme no berço. Agradeço à equipe médica que foi maravilhosa e ao Cas, que tem sido um paizão e um companheiro enorme. Ainda tenho que aprender muito mas sinto que ser mãe é uma experiência linda e muito transformadora. Com amor, Júnia.

12 de agosto de 2010

Quem espera sempre alcança?

Estou esperando. Continuo esperando. Antecipei a licença maternidade, pois o cansaço já estava demais. Faz 24 dias que parei de trabalhar. Nas primeiras duas semanas foi ótimo, porque aproveitei para terminar de arrumar as coisas e descansar muito. Mas esses últimos 10 dias tem sido intermináveis! Já estou mais do que descansada, tudo está pronto e nada da Laureta dar sinal de que seu nascimento se aproxima. A cada consulta, nova ansiedade. Tudo continua bem, muito líquido amniótico, placenta funcionando, Laureta se mexendo, barriga crescendo. Mas nada dela encaixar, nada do colo afinar. Nenhum sinal. A natureza tem a sua hora, ela é sábia. Mas a vida moderna trouxe muitas interferências no curso natural da vida. E nessa hora ou se pratica muita meditação ou não há cabeça pra tamanha ansiedade. E se nos próximos 10 dias ela não nascer espontaneamente, terei que recorrer a alguma interferência: indução ou cesarea. Quero muito o parto normal, mas indução não me agrada. Até porque não há nada de natural na indução. O parto é induzido com a aplicação de hormônios que estimulam as contrações. Mas não são as contrações normais do seu corpo, são artificiais, provocadas, e numa intensidade muito pior do que as manifestadas naturalmente pelo corpo. Sei disso por ouvir amigas que já passaram pela indução e se arrependeram. Isto porque a indução nem sempre funciona. Ou seja, você pode ficar horas sofrendo com contrações que não cessam e ter que partir para uma cesarea. Então, pra mim tá decidido: aguardo mais uns dias e se nada acontecer, agendo a cesarea. E que tudo dê certo! Mas se nesse meio tempo ela vier naturalmente, vou ficar muito feliz.

3 de agosto de 2010

Jogo de paciência

Se a Laura quisesse, já poderia ter nascido. Eu pensava mesmo que hoje, dia 03 de agosto, ela nasceria. Pq. completei 39 semanas de gestação. Mas ela ainda está tranquila aqui dentro. Aliás, pode nascer até o dia 19 de agosto! E então esses dias de licença maternidade no final da gravidez ficam meio esquisitos. Meu médido recomendou parar de trabalhar para descansar mais e me preparar para o parto e chegada da filhota. Já estou em casa há 15 dias, praticamente pirando! Tudo bem que tenho um monte de coisas pra fazer, desde lavar as roupinhas, até terminar o quarto, as lembrancinhas, fazer minha mala de camisolas (rs) e preparar a geladeira pra quando eu voltar da maternidade. Mas é estranho pensar que estou guardando energias para uma reviravolta na minha vida, que está chegando aí. Claro que estou aproveitando para dormir à tarde, tirar aquela soneca gostosa depois do almoço. Ô, coisa boa! Mas chega uma hora que eu acabo o que tenho pra fazer no dia e fico olhando pra barriga pra ver se ela dá algum sinal. E aí uma nuvem de pontos de interrogação aparecem na minha mente: como será quando começarem as contrações? Vai ser de madrugada ou durante o dia? Vou lembrar de pegar tudo? Vou aguentar a dor? Vai dar mesmo certo o parto normal ou meu médico vai criar alguma circunstância na hora H para recomendar a cesárea? Como estarei emocionalmente? E isso é apenas o começo... depois virão as dúvidas das mamadas, das assaduras, dos choros, dos banhos, etc e tal. Sem falar na ansiedade de saber como é o rostinho da Laura... enquanto isso, haja doce de leite!!!