8 de fevereiro de 2012

blogagem coletiva - o nascimento da mãe barriga

Eu já havia tentado outras vezes, mas não estava dando certo. Nada funcionava. Eu fazia tudo como devia, como me orientavam, seguia os conselhos, palpites das pessoas mais experientes no assunto, lia muito, pesquisava, fuçava, mas não tinha jeito.
Eu criava os blogs e eles não vingavam, não se desenvolviam. Pouco tempo depois que eles nasciam, eu perdia o interesse, deixava de postar, os abandonava. Coisa de mãe desnaturada. Mas é que faltava um vínculo mais forte, um laço emocional, e legítimo. Algo que dissesse respeito só a mim e me conferisse toda a liberdade do mundo pra escrever o que eu bem entendesse, mas de forma muito intensa e genuina.
E então eu engravidei. Uma gravidez surpresa! Mas muito desejada. Pré-desejada, se é que me entendem. Bom, e é claro que a partir do momento em que eu soube da notícia, minha cabeça se encheu mais ainda de pensamentos. Desordenados, angustiados, felizes e trágicos, que iam e vinham, se multiplicavam e não saiam de lá. Eu precisava desabafar. Mas era um desabafar comigo mesma, pra mim mesma. Era um desabafo monólogo. Eu precisava colocar tudo aquilo que eu estava sentindo pra fora, até pra ver se eu entendia o que estava sentindo.
E assim nasceu o mãe barriga, o terceiro filho da minha vida bloguiana, o filho que vingou. Mãe barriga, porque quando eu criei o blog, minha maternidade estava toda centrada na barriga. A barriga era a mãe, até então. Porque uma barriga grávida é sim uma mãe. Uma mãezona que abriga com toda proteção, segurança e conforto uma vidinha que está se formando. A barriga, que tanto nos assusta quando está fora de forma, fazendo com que a gente a esconda do mundo, de repente vira um sorriso, o ponto principal, o maior orgulho. E minha barriga de grávida era linda demais. Como uma mãe deve ser.
E hoje o mãe barriga é o lugar onde eu coloco as emoções de ser mãe. Os conflitos, as dúvidas, as alegrias. É onde eu encontro outras mães, e onde somos todas iguais. É onde eu acompanho o desenvolvimento de crianças que eu nem conheço pessoalmente, mas as adoro. São os amiguinhos ilustres de blog da minha filha, Laura.
O mãe barriga virou também uma persona, por meio da qual eu navego sem medo nas redes sociais. Virou minha persona materna. Aquele papel mais verdadeiro que me representa.
Longa vida pra você, mãe barriga!