3 de abril de 2011

Adelaide, minha babá paraguaia!

Domingo passado saiu uma matéria no Estadão falando sobre o número expressivo de babás paraguaias trabalhando aqui no Brasil. Isto porque as babás nacionais estão cada vez mais exigentes e menos comprometidas com o trabalho. Então, a babá paraguaia vira uma alternativa e tanto para as mães, já que se contentam com salários em torno de R$ 800,00, e dormem no emprego. Achei a matéria interessante, pois mostra uma realidade, a de que as babás estão mesmo exigentes demais. Primeiro, elas querem receber um salário de gerente de marketing. Outro dia entrevistei uma que me pediu R$4.000,00!!!! Filha, nem eu atualmente estou ganhando isto. Ah, e claro, elas só cuidam das coisas do bebê, nada além. Lavar um copo que está sujo na pia? Nem pensar! O pior é quem causou esta situação foram as mães, que provavelmente sem tempo, acabaram delegando muito do cuidado com os filhos para as babás, e estas então se deram conta de quanto são necessárias e do poder que tem, pois elas cuidam do nosso bem maior. Além disso, muita mãe se sente insegura nos primeiros meses do bebê. E isto falo por mim mesma. E a babá, percebendo a insegurança da mãe, acaba por dominar a situação, determinando o que deve ser feito, de que jeito e a que horas. Olha só, não estou criticando as babás, até pq. acho o trabalho delas essenciais, são umas parceiras e tanto. Babá não é luxo, é necessidade, ao menos pra mãe que quer continuar sua vida profissional (e quem não quer?). O problema é que nós, mães, não podemos perder as rédeas da nossa casa. Babás são auxiliares, apenas. A matéria também conta que algumas mães não deixam as babás levarem os filhos para passear na praça, com medo de abordagens de outras mães, oferecendo salários maiores. E isto acontece, pq. eu presencio com frequencia. Acho um absurdo, mas acontece. E o que as babás trocam informações entre elas? Estão sempre em rodinhas ou no celular. Quer dizer, vc paga uma grana pra elas ficarem resolvendo a vida delas no celular enquanto seu filho brinca sozinho no parquinho. Eu vejo esta cena todos os dias na pracinha do meu bairro, por isto posso falar.  Ainda bem que eu dei uma tremenda sorte. Assim que a Laura nasceu, depois do primeiro final de semana em casa, com muitas visitas cheias de palpites, eu resolvi pegar uma listinha de nomes (tenha uma, é fundamental!) de babás e enfermeiras que desde a gravidez eu vinha colhendo com as amigas, e liguei para o primeiro nome que me chamou a atenção: Elza. A Elza é uma senhora de 66 anos, responsável, experiente, comprometida e muito ciente do seu papel. Nunca fez exigências absurdas de salário, e sempre que sobra um tempo, me dá uma mão na casa: cozinha, varre o chão, lava as roupas, sem eu pedir nada. Uma dona de casa por completo, sabe? E ela ainda pinta e faz trabalhos manuais. Pena que ela vai sair do emprego pra cuidar do marido que está com problemas de saúde. E eu, precavida, já consultei minha listinha, e contratei uma babá de fora: da Bahia. Moça simples, sorriso largo, topou um salário razoável, pq. está precisando do trabalho. E ainda fala português fluente.