29 de junho de 2011

Planeta de uma mãe só

Planeta solitário este da maternidade. Sim, quem habita este planeta sabe o quão só se vive. Possivelmente é uma defesa natural que faz com que a mãe volte toda sua atenção para o filho, reforçando assim o vínculo entre eles. Quer momento mais solitário do que a amamentação? E por mais que tudo à sua volta esteja como sempre esteve - a rotina, os afazeres domésticos, a marido saindo de manhã e voltando à noite, o cachorro latindo, o interfone, o trânsito - lá dentro, no seu íntimo, na sua casa, a mãe está sozinha. Sua missão é cumprida de forma isolada. Seu papel é único. As decisões mais importantes são suas. O filho, antes de conhecer o mundo, morou na sua casa por 9 meses, mas a deixou vazia ao sair. Pior: saiu e deixou a casa toda bagunçada. A mãe não encontra mais suas coisas. Onde está seu filme favorito? Seu livro de cabeceira? Seu sorvete de domingo? A roda de amigos? O caminhar despreocupado? O olhar despretensioso? Onde estão mesmo seus sonhos? Aqueles só seus, quase egoístas? Em que parte da casa foi parar seu corpo e a mobilidade livre de antes? A mãe não encontra mais o que antes estava tão fácil, ao seu alcance. O lugar de cada uma dessas coisas foi ocupado por algo muito maior, ainda que aparentemente menor. E a casa, ainda que vazia,  ficou pequena para essas outras coisas. Agora a mãe precisa de tempo para reorganizar tudo. E precisa de um importante e urgente reencontro: consigo mesma.

16 de junho de 2011

Chuveiro para duas - funciona?

Outro dia, numa festinha, ouvi uma amiga dizer que o filho passou a tomar banho com ela, no chuveiro, desde os 6 meses de idade, o que a fez abolir completamente a banheira. Aquilo me desafiou! E como a Laura tem encharcando o banheiro todo, de modo que passei a colocar a banheira dentro do box, que não é lá tão espaçoso, resolvi começar esse processo do banho comigo no chuveiro, não todo dia, pq. acho que na banheira ela aproveita bem mais o momento do banho. Mas de vez em quando é bom variar e deixar as coisas mais práticas. Olha, mais prático pode até ser mesmo, mas fiquei com a impressão de que nesse banho 2 em 1 ou a mãe ou o filho não saem tão bem lavados. No caso, fui eu. Pq. na boa, como lavar bem o seu cabelo segurando no colo um bebê escorregadio? Pra mim foi meio difícil, então desencanei de usar meu shampoo novo de algodão. E na hora de sair do banho, quem secar primeiro? O bebê, claro. E aí vc sai pingando só de toalha pela casa, com este frio? Dessa parte também não gostei. Sem falar que enrolar a Laura na toalha dela e depois me enrolar na minha, com ela no colo, exigiu muito da minha coordenação motora. Ai, gente, não sei se estou exagerando, mas essa história de banho conjunto não tá bacana. Deve funcionar melhor quando ela estiver mais firme em pé. E mesmo assim, vai ser só de vez em quando, pq. não gosto muito de dividir o meu momento de molhar o corpo.

14 de junho de 2011

Cozinhar é tudo de bom! (quem diria hein?)

Aaaah, eu não sabia que cozinhar é tão gostoso...Desde que a Laura começou a comer papinhas, a mamãe aqui começou a se enveredar pelo mundo do fogão, e descobriu um universo de cores, aromas, combinações e sabores. Acho extremamente prazeroso cozinhar para a Laura e ver a carinha dela comendo aquilo que preparei com tanto carinho e preocupação. Cozinho sempre com a intenção não só de nutri-la, mas de fazê-la experimentar algo novo, ampliando assim suas tão pequenas experiências gastronômicas, aguçando desde já seu paladar.
Tenho a dizer que ela puxou a mãe e o pai: é boa de garfo. E faz questão de sabor, porque se a laranja estiver meio sem gosto, quem disse que ela aceita o suco? Faz cara feia e derruba a mamadeira. Lembro direitinho uma das primeiras vezes em que ela comeu banana, ela mexia a cabecinha de um lado para o outro e murmurava: huuuummmmmmmmmm. Minha mãe estava junto e não aguentou a felicidade dela com a nova fruta, doce e macia.
Na atual fase, com 10 meses, ela já está deixando o mundo das papinhas e entrando nas comidinhas. O que facilita muito, pois agora eu a inclui no cardápio da casa, fazendo as adequações necessárias: pouco ou quase nada de sal, usando como tempero ervas, azeite, cebola e alho. E aí é a mesma comida pra todos. Hoje, por exemplo, foi sobrecoxa de frango refogada no azeite, cebola e alho, com tomates e abobrinha. Pra acompanhar, um pouco de arroz. Ela adorou.
Além do gosto por cozinhar, mnha preocupação com uma alimentação saudável tem crescido por conta da Laura. O bom é que eu passei a comer melhor, e até emagreci. Comecei a consumir mais produtos orgânicos, e meu interesse por eles só aumenta. Tenho ido a feiras e lojas do setor, sempre atrás de produtos de qualidade, confiáveis e é claro, fresquinhos. E vocês não sabem da última: eu e o Cas plantamos uma horta no sítio, e já trouxemos os primeiros pés de alface e couve, que deram um baita orgulho à nossa mesa.
Enfim, como vocês podem perceber, a alimentação virou a ordem do dia aqui em casa. E assim vamos os 3, seguindo nossa dieta mediterrânea, cúmplices de que a boa comida é simples, muito simples.

1 de junho de 2011

mãe em dúvida (sério???)

Toda vez que eu fico um tempo sem escrever aqui eu preciso ir por tópicos, fazer um resumão dos mais recentes fatos, pra ir pegando o jeito de novo. Então, vamos lá!

Semana passada foi atípica:

- fiz uma entrevista para um trabalho bem interessante, mas saí de lá com um tremendo ponto de interrogação na minha cabeça, de tanto que a mulher do Rh perguntou sobre como eu iria conciliar trabalho x maternidade, com uma filha tão pequena. oras, não é o que todas as mães multiuso fazem hoje? Ela realmente pegou no x da questão... e desde então tô aqui, na maior dúvida do que fazer se me chamarem (e torcendo bem na minha pra não me chamarem, rará!). Pq ficar fora de casa e da Laura, das 8h até às 20h vai ser dureza...

- aí, como se a pequena soubesse do meu dilema, resolveu me mostrar o que é mais importante. teve uma crise respiratória repentina na madrugada seguinte à entrevista, daquelas que dão uma baita susto na gente. sai correndo pro hospital, e da-lhe corticóide e inalação com adrenalina. ela estava com tanta dificuldade pra respirar que o tórax afundava... e é claro que voltando pra casa, às 7 da matina, eu só conseguia pensar "putz, e se eu estivesse trabalhando..."

- não que eu não queira trabalhar, pelo contrário, eu não vejo a hora de voltar à ativa. só que aquela rotina de viver pro trabalho não dá mais... quero algo que me proporcione uma relativa flexibilidade e autonomia...engraçado é que quando a mulher do RH me ligou chamando para a entrevista, eu estava desenhando o plano de negócios de uma ideia que pode vir a ser meu futuro. mas fato é que tenho que colaborar com as contas da casa (não ouvi minha avó, não casei com homem rico, hahaha!), e o $ tá apertado.

- e pra finalizar, minha filhota tem mostrado ao mundo o quanto é leonina. a primeira palavra dela, que agora ela berra aos 4 cantos é o nom dela. Lauuuuuraaaaaaaaaaaaa. simples assim.