Cada vez mais encantada com a infância. É assim que me sinto
desde que comecei o curso de pós-graduação “Formação de Profissionais para as
Infâncias do Brasil – 0 a 3 anos”, pelo Instituto Singularidades (www.singularidades.com.br). Desde
que a Laura nasceu, há 3 anos, a infância voltou a permear meu inconsciente,
com força. Aos poucos, fui percebendo que é isso que faz sentido para mim, e
trabalhar com esse assunto, infâncias, seja direta ou indiretamente com
crianças, é que o eu quero pra mim.
Cursei 1 ano de pedagogia na PUC/SP, lá atrás, em 1998, faz
tempo... tranquei a matrícula, pq. já havia iniciado o curso de Direito, estava
no terceiro ano, estagiando, e sobrava pouco tempo para me dedicar aos estudos
da educação. Infelizmente, fui prolongando a data de reabrir a vaga, até que
ela expirou, e eu perdi a vaga...mas o curso ficou vivo em mim, assim como a
infância.
Mudei os rumos da minha vida e, quando me dei conta, estava
trabalhando em uma Ong que atendia crianças e adolescentes, e eu me encantava
com os pequeninos, que todos os dias, mostravam olhos curiosos para meu local
de trabalho. E, paralelamente, eu contava estórias para crianças hospitalizadas,
como voluntária de uma outra ONG.
Aí minha filha nasceu, minha infância voltou com tudo! E,
por fim, comecei a trabalhar na Fundação Abrinq, há 2 anos, tendo contato
diário com a temática da infância.
Crianças e infâncias sempre me fascinaram. Crianças são
verdadeiras, intensas, curiosas, encantadoras. Infância é uma fase linda da
vida, fase de descoberta, de formação, de magia, de encantamento.
Com esse curso, aprendi a usar o termo “infâncias” e não “infância”,
pois são várias as infâncias, dependendo de seu contexto no tempo, na
sociedade, na geografia. Estou estudando a importância do brincar, da
observação de crianças, de deixa-los viver a infância de forma mais livre, sem
tanta interferência dos adultos, como planejar e pensar espaços para as
brincadeiras, o repertório cultural, enfim, é um curso que aborda diversos
aspectos da criança e suas infâncias.
E, naturalmente, acabo usando esse conhecimento na relação
com a minha filha. Estou aprendendo a olha-la com outros olhos, a enxergar
melhor o que ela realmente quer e não as atitudes dela com relação às minhas
expectativas.
Tenho percebido mais claramente como nós, adultos, interferimos
nas ações das crianças, nas mais simples e banais situações, como aquela cena
típica de uma criança pegando o brinquedo da outra, e nós insistindo pra que
saibam dividir, ao invés de brigar. Recentemente, presenciei a Laura, 3 anos, e
seu primo, de 4, discutindo por causa de um brinquedo. Fiquei quieta, só
olhando, sem interferir. E não é que eles resolveram a situação? E o melhor, na
conversa. Tá certo que foi meio ríspido o diálogo entre eles, um gritando mais
que o outro, mas eles se entenderam, sem a intromissão dos adultos. Acho que
isso é uma socialização legítima, verdadeira e que faz sentido para a criança.
E seguimos aprendendo.